Biguá
O biguá (Phalacrocorax brasilianus) é uma ave suliforme da família Phalacrocoracidae.
Seu nome científico significa: do (grego) phalakrokorax = mergulhão, cormorão; (latim)brasilianus = brasileiro. - Mergulhão brasileiro.
Ave aquática, mergulha em busca de peixes e permanece um bom tempo debaixo d'água, indo aparecer de novo bem lá na frente, mostrando apenas o pescoço para fora d'água. Para facilitar seus mergulhos, suas penas ficam completamente encharcadas, eliminando o ar que fica entre elas. Para secá-las é comum vê-lo pousado com as asas abertas ao vento. Quase sempre visto em grandes bandos voando próximo d'água, em formação em “V”. Quando voa se assemelha a patos, sendo às vezes considerado como tal, equivocadamente.
Também é conhecido pelos nomes de biguá-una, imbiuá, mergulhão, miuá e pata-d'água. Por ser inteiramente negro, recebe o nome comum, também, de corvo-marinho.
Também é conhecido pelos nomes de biguá-una, imbiuá, mergulhão, miuá e pata-d'água. Por ser inteiramente negro, recebe o nome comum, também, de corvo-marinho.
Características
Mede 58 a 73 cm, peso de 1,2 a 1,4 kg, envergadura de 100 a 102 cm. Sua plumagem é totalmente preta com saco gular amarelo. Possui pescoço longo, cabeça pequena, bico cinzento amarelado longo e fino, sendo que a ponta da maxila termina em forma de gancho. É possível observar uma discreta sobrancelha esbranquiçada. Íris azuis, pernas e pés palmados pretos. Na época da reprodução apresenta penas brancas beirando a garganta nua e com tufos brancos atrás das regiões auriculares. No período nupcial, as cores ficam mais vivas na plumagem de ambos os sexos.
Não existe nenhuma diferença na plumagem entre o macho e a fêmea.
Os indivíduos juvenis apresentam a plumagem amarronzada, um pouco mais clara na garganta e nas asas escuras.
Não existe nenhuma diferença na plumagem entre o macho e a fêmea.
Os indivíduos juvenis apresentam a plumagem amarronzada, um pouco mais clara na garganta e nas asas escuras.
Subespécies
Possui duas subespécies:
- Phalacrocorax brasilianus brasilianus (Gmelin, 1789) - ocorre desde a Costa Rica até a Terra do Fogo;
- Phalacrocorax brasilianus mexicanus (Brandt, 1837) - ocorre desde os Estados Unidos até a Nicarágua, Bahamas, Cuba e na Ilha dos Pinheiros ou Ilha da Juventude.
(Clements checklist, 2014).
Indivíduo com plumagem leucística
O que é leucismo?
O leucismo (do grego λευκοσ, leucos, branco) é uma particularidade genética devida a um gene recessivo, que confere a cor branca a animais geralmente escuros.
O leucismo é diferente do albinismo: os animais leucíticos não são mais sensíveis ao sol do que qualquer outro. Pelo contrário, são mesmo ligeiramente mais resistentes, dado que a cor branca possui um albedo elevado, protegendo mais do calor.
O oposto do leucismo é o melanismo.
Alimentação
Alimenta-se de peixes e crustáceos. Para capturar sua presa, mergulha a partir da superfície da água e, submerso, persegue-a. Os pés e o bico possuem função primordial na perseguição e captura. Um exímio mergulhador, não se contenta com os peixes da superfície. Mergulha mar abaixo e em meio a ziguezagues e viravoltas, conseguindo capturar sua presa. Come também girinos, sapos, rãs e insetos aquáticos.
Reprodução
É monogâmico. Na época do acasalamento, o ritual de corte envolve uma ampla gama de movimentos e sons, com as aves agitando as asas e movimentando o pescoço de maneira peculiar. Os membros do casal roncam como um porco, empoleirados lado a lado, e executam curiosos meneios laterais com a cabeça, por repetidas vezes, copulando a seguir. Nidifica em colônias sobre árvores em matas alagadas, sarandizais, etc. O ninho é construído pelo casal. Enquanto o macho escolhe os locais de nidificação e traz material de ninho, é a fêmea que realmente constrói o ninho. Porções de ninhos anteriores são frequentemente reutilizadas. Os ninhos são geralmente compostos por uma camada externa espessa de galhos e gravetos, forrada com gramíneas moles e algas. A fêmea põe geralmente 3 a 4 ovos ovais, de cor azul a azul-claro, que são incubados pelo casal. O período de incubação varia de 23 a 26 dias. Os filhotes são alimentados por ambos os pais, que regurgitam o alimento em seus bicos. São alimentados até as 11 semanas de vida, e com 12 semanas já são totalmente independentes.
Hábitos
Vive em águas interiores e na orla marítima, também ocorrendo em rios, lagos, banhados, açudes, represas, estuários, manguezais e nas cidades em parques com lagoas. Não se afasta da costa para se aventurar no mar, mas voa para ilhas próxima à costa, podendo aí nidificar. Não possui glândula uropigiana, encharcando totalmente sua plumagem para aumentar o peso e facilitar os mergulhos. Quando sai da água, seca sua plumagem abrindo a cauda e as asas ao sol, ofegando de bico aberto, por vezes revelando seu saco gular amarelo. Descansa pousado na beira d’água, sobre pedras, árvores, estacas ou mesmo sobre cabos. Empoleirado em um só pé, coça o píleo com as unhas, de forma cômica. Dorme em árvores ressequidas, ao lado de garças, nos manguezais ou em sarandizais. Devido a suas fezes serem ácidas, podem danificar árvores, mas adubam a água, favorecendo a manutenção das populações de peixes, e assim atraindo outras aves para se alimentar. É desajeitado em terra, andando de maneira gingada, mas é exímio nadador e mergulhador, utilizando seus pés com membranas interdigitais natatórias como propulsores. Quando voa se assemelha a patos, sendo às vezes considerado como tais, equivocadamente, e, quando em bando, muitas vezes voa em formação em V. Mergulha em busca de peixes e permanece um bom tempo debaixo d'água, indo aparecer de novo bem lá na frente, mostrando apenas o pescoço para fora d'água. Fora da época de reprodução, é geralmente solitário. Vive até os 12 anos em estado selvagem.
Voz: Um grito “biguá”, “oak”. O coro de muitos indivíduos soa ao longe como o ruído de um motor.
Distribuição Geográfica
R ( Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos ) Sua distribuição geográfica extende-se do sudeste do Arizona (EUA) à Terra do Fogo, extremidade austral da América do Sul (A.O.U 1998) (SICK 1997).
- Ssp. brasilianus: Do Panamá ao Cabo Horn.
- Ssp. mexicanus: Noroeste do México e América Central, sul dos EUA, Bahamas e Cuba.
Status de conservação: ) LC ( IUCN ).
Referências
- Prefeitura de São Paulo - disponível emhttp://ww2.prefeitura.sp.gov.br//arquivos/secretarias/meio_ambiente/fauna_flora/fauna/bigua.pdf Acesso em 01 mai. 2009.
- http://www.avesmarinhas.com.br/22.pdf Acesso em 01 mai. 2009.
- Diagnóstico do Tráfico de Animais Silvestres na Mata Atlântica - disponível emhttp://www.diagnostico.org.br/especies/Phalacrocorax-brasilianus Acesso em 01 mai. 2009.
- FUNDEVAP - disponível em http://www.fundevap.org.br/Downloads/Ornitologia/Phalacrocorax_brasilianus-Bigu%E1.pdfAcesso em 01 mai. 2009.
- Sick, Helmut, Ornitologia Brasileira. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1997.
- SIGRIST, T. Avifauna Brasileira: The avis brasilis field guide to the birds of Brazil, 1ª edição, São Paulo: Editora Avis Brasilis, 2009.
- Contribuição: Omar Ramos Borges.
- CLEMENTS, J. F.; The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press, 2014.
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